Resposta ao Tempo

Ela esperou por esse dia de uma forma única. As horas passando e a espera se fazendo presente. Agora era real. Finalmente tinha chegado o dia. Um par de olhos, castanhos e apertadinhos cruzaram com os dela pela primeira vez. Como não se perder neles, se era tudo que ela queria ver? O coração a mil. É certo que ela preferiu correr, rápido, assim não o perderia de vista. O olhar fixo até por desacreditar que aquele moço estava ali inteirinho para ela como um anjo caído do céu, embrulhadinho com papel presente e com direito a asinhas. Mil luzes anunciando a chegada, com slogans luminosos “Sua espera termina aqui”. E olha que foi uma longa espera, já que apenas em sonhos ela ousou encaixá-lo. Como acalmar o coração, se todo seu corpo tremia? Naquele instante, quase que automático, seus olhos foram de encontro aos dele. Percebeu que o olhar dele buscava os dela da mesma forma em uma sintonia perfeita de um querer. Bem que tentou conter os passos meio tímidos e curtos, em vão. Saiu em disparada ao seu encontro. Não sentiu medo. Só uma paz. Uma coisa leve, tranqüila. E foi tomada por um sentimento novo ao perceber que nenhum outro foi capaz de fazer por ela o que aquele moço de olhos castanhos fez: libertá-la do medo de ser feliz. Cúmplice de uma ousadia ímpar. Emocionante sonhar um sonho e fazê-lo real. E olhos que antes eram apenas olhos distantes, opacos e sem expressão, são agora “dois fãs, um par”. E sorriem um pro outro sem palavras para descrever, apenas porque descobriram que além de se encantar com olhares, podem sorrir, falar... Tocarem-se... Ficarem apenas um ao lado do outro... Sem mais nada ao redor!

Apenas por puro encantamento.