quarta-feira, 30 de junho de 2010

Revelações

É indecifrável assim mesmo...
Você vem e voa sempre em estações pré-definidas
Vai-e-vem de encontros e despedidas
Instantes que nos sentimos inteiros e completos
Onde tudo se confunde de tal modo que fica impossivel nao nos sentirmos plural
Totalmente envolvidos por essa vastidão de mundos
Onde somos cumplices de concretudes e certezas
Fazendo com isso, a vida se revelar inteira por instantes breves!
Tudo em nós existe um começo-meio-fim-recomeço
Um antes-depois
 Amor-saudade
Passado-futuro...
Pra depois vir o singular de nós e dos nossos momentos
Destoando-se do contexto desejado,
 Personalizando-se em um silêncio definido
Abismos indicando uma finitude do tudo que tanto desejamos
Conjugando-se agora em um tempo de espera
E que se dispõe a se prolongar indefinidamente
 Em um vazio indecifrável da sua presença.

Uma certeza plena do nada esbarrando no real!!!

segunda-feira, 28 de junho de 2010

Vínculo

Eu sempre me farto desse ar quando lá estou! Lugar onde sempre volto para me abastecer de bons fluídos. É tudo tão leve!  O ar, o cheiro da terra. Uma incursão à minha infância através das mais significantes paisagens. Uma relação de terra e de pele. É sempre um resgate de minhas memórias e que justifica a cada ciclo o meu retorno. Como a precisar sempre dessa volta para recomeçar! Adoro me sentir cheia dessas sensações... Manter esse vínculo mais vivo a cada passagem, mesmo em um mundo cada vez mais instável e inseguro. Lá, tenho sempre comigo a mansidão como o meu maior peso de vida e de memória. E... o tudo que deixei de dizer aqui é antes de mais nada, algo que ultrapassa todos os meus sentimentos. Pois, só através do meu Lugar é que consigo sempre voltar ao que Sou. Relação rompida apenas por uma vida escolhida... Mas, que necessito sempre me deixar seduzir a cada estação!  Fui lá e voltei rapido. Tô de volta meus amigos... e adoro essa euforia de boas vibrações!!!

terça-feira, 22 de junho de 2010

Nossas mãos!

Mãos que se buscam
Que medem forças com a vontade
De súbito apego
Sugerindo o fim de uma espera
Descobrindo afagos
Improvisando toques
Deixando à mostra todos os anseios
Fazendo-os acreditar que estão alí...
Pertinhos um do outro
Tornando líquido todo o desejo!
Mãos que feitas sob medida
Se encaixam
Se buscam
E se identificam na vontade
E que no silêncio se buscam
Aliviadas 
A embalar sonhos... 
Nossas mãos!

Incondicionalmente...

[ amo como ama o amor
não conheço nenhuma outra razão para amar senão amar
que queres que te diga, além de que te amo
se o que quero dizer-te é que te amo ? ]

Fernando Pessoa

Transgressões

pudesse, desaprenderia
as coisas mais caras
as coisas várias
inúmeras essenciais
que empalidecem o verbo.

pudesse, deslembrava
gestos e sorrisos
misturava as histórias
apagava essa geografia
guardada em dedos
aflitos desbravando a pele.

pudesse, mais um pouco,
desamarrava mágoas
deslaçava suavidades
quase como se fosse voar.

pudesse tanto
e tantas vezes,
começaria eternamente
desse zero redondo
esquecia o mundo
e partia, suavemente,
a reaprender violáceas
a redescobrir assombros.

Paula Cajaty

Só pra você...

Foto: Catarina Serrano
Um beijinho doce, suave, fulgaz
Bem de leve
Assim como uma brisa
Fazendo carícia...
Beijos inocentes, puros, simples beijos
Feito beija-flores
Rápidos, vão e sempre voltam para beijar
E assim marcar presença na sua vida
E deixar seu dia com cara de sol!

segunda-feira, 21 de junho de 2010

Se permita!

Quando você perder a
Contagem das batidas do coração
E sentir como se o peito
Não mais suportasse tamanha pressão...
Quando você tem a doce
Sensação de que pode
Erguer seus braços
Sem ficar nas pontas dos pés
E tocar no fundo do céu...
Isso é o amor,
Porque de nada
Precisa de medida exata...
Ele só precisa ser sentido,
Ser permitido dentro de nós,
Ser nosso ar, ser nosso chão,
Ser sempre nosso melhor momento.

[ Cáh Morandi ]
Sempre a Cáh colocando em palavras o que mais nos fala a alma.
E nos deixando sem ar quando enxerga assim dessa forma um forte querer!

Caminhos de um Querer

Há apenas um sentir
Este não sabe discernir o certo do errado
E o errado do certo
Há apenas um olhar que só reconhece
O prazer do encontrar-se
Desnudando a nossa alma
Que só reconhece uma forma
A forma que a gente se une
E se gruda uma pele na outra,
Nuas
Quentes
Ansiosas
Feitas sob medida
Se tornando únicas!
E que nessa ânsia louca de um forte querer
Um corpo no outro colado
a gente deixa marcas
E que feito tatuagem
Vão fixar na alma o que
Toda uma vontade
Toda uma espera se faz perceber
E que não precisa ser explicado
Só sentido em um abraço.
E assim, pelo caminho mais longo
Apenas e simplesmente
Reconhecer o quanto precisamos desse processo:
Da alegria de Ter
Ao doído vazio de não Ter
São dualidades de um Querer...
Para só assim o nosso abraço enxergar o quanto precisamos um do outro
Mais e mais a cada tempo!

Gosto de chuva...

Um beijo molhado
De chuva
De lágrimas
De saudade...
Pra encurtar caminhos
Não deixar você sair
Afirmar uma vontade
Deixar meu traço
Meu gosto
Que não hesita
Que é só entrega
E que não requer nenhuma explicação
Um beijo molhado
Pra nunca deixar você me esquecer!

De "corpo" e "alma"

Quero me fartar de você para que essa ausência se torne curta
Encher meus pulmões de ar assim...
E nao me aperceber dessa falta!
Manter-me inflada, voando, cheinha de lembranças
Vivências que me mantém em um contínuo sonhar!
Assim nada sairá de mim...
Nada romperá a capsúla que envolveu o que sentimos de puro e de simples...
Nem a distância, nem a falta que se faz presente, nem o destino incerto
Traçado em linhas indefinidas e distantes
Que podem seguir paralelas ou se fazerem em curvas sinuosas
Me fartar de você para definir a essência de viver
A compreenção de que tudo na vida pode ser uma eterna espera
E o que se vive pode ser eternizado sim, pelos breves momentos
Rompendo a barreira do tempo
Se fazendo presente até mesmo na ausência...
Assim, me farto de você
E invento a cada dia o meu viver!

sábado, 19 de junho de 2010

Ao poeta que virou estrela...

ESTUDO DE NU

Essa linha que nasce nos teus ombros,
Que se prolonga em braço, depois mão,
Esses círculos tangentes, geminados,
Cujo centro em cones se resolve,
Agudamente erguidos para os lábios
Que dos teus se desprenderam, ansiosos.
Essas duas parábolas que te apertam
No quebrar onduloso da cintura,
As calipígias ciclóides sobrepostas
Ao risco das colunas invertidas:
Tépidas coxas de linhas envolventes,
Contornada espiral que não se extingue.
Essa curva quase nada que desenha
No teu ventre um arco repousado,
Esse triângulo de treva cintilante,
Caminho e selo da porta do teu corpo,
Onde o estudo de nu que vou fazendo
Se transforma no quadro terminado.

JOSÉ SARAMAGO (1922-2010)
E que vai brilhar sempre!

quinta-feira, 17 de junho de 2010

Soneto

Antes que o tempo transborde
antes que a nascente estanque
antes que o desejo murche
e o outono se achegue.

Antes que os olhos se embaracem
sob o impacto da velhice
(como se a alma dançasse e o corpo só assistisse)

Antes que a luz esmoreça
antes que o dia anoiteça
toma-me, amor, uma vez mais

Antes, amor, que eu te esqueça
antes que a chama adormeça
como a espuma se desfaz.

Amneres Pereira

Tradução de um abraço

...não repare se me demoro em um abraço apertadinho
daqueles tão intenso
Onde tudo misturam-se e renovam-se.
É... apenas a alegria de uma chegada
Diluída na inquietação de um já possível abismo
Uma saudade que morre e já renasce
E continuam... tantas e tantas
Nada descreveria
Apenas entrelinhas
espaço entre o ter e o não ter
Ou então é mais
Muito mais!
Não se pode medir as consequências de uma saudade...

Simples assim!

"...alguém que chega
a tempo de um café, depois da chuva.
Alguém que te leva a casa
sem fazer perguntas.

E tu a pensares
que a vida podia ser
assim.
sem malícia."

Lilac Wine

quarta-feira, 16 de junho de 2010

Segredo...

"Flores para quando tu chegares
Flores para quando tu chorares
Uma dinâmica botânica de cores
Para tu dispores pela casa
Pelos cômodos, na cômoda do quarto
Pela estrada , pela rua , na calçada
Flores num jardim
...
Flores pros meus braços
Ofertá-las
Flores, quantas flores forem necessárias
Para perguntares pra que tantas flores..."

Cantada por Zélia Duncan

segunda-feira, 14 de junho de 2010

Conto de uma espera

Ela o esperava ansiosa, a selar uma troca, ato de uma promessa feita. Eterna feito o sol. Ansiava rever tudo que a encantou na primeira lua. As linhas que formavam entre a boca e os olhos dele, o carinho...as mãos! Mas foi assim desde o primeiro dia. Um encontro às escuras. Um querer que era só vontade. Um reencontro, ela tinha um olhar nervoso, e um sorriso tímido. Tudo como se fosse da primeira vez. Um jeito de quem esperou toda uma vida. Um olhar, um abraço a professar toda a falta. Beijos se multiplicando. Uma comunhão de sonhos. Passou horas e horas o devorando em silêncio. E era incrível como ele a fascinava. E como foi assim durante todo o tempo que passaram juntos. Os olhos dela ficavam cada vez mais vidrados nele, e o domínio que ele tinha sobre ela aumentava cada dia mais. Ele tinha um jeito de deixá-la com as pernas bambas, sem chão, sem ar, o coração sufocado, a boca seca. Quando ela se deu conta havia se passado pouco tempo, curto espaço que poderia ter durado uma eternidade. Ao vê-lo, quis guardá-lo na sua mente, assim, da forma que o reencontrou, assim como sempre sonhava,  como se precisasse daquilo para aliviar a eterna ansiedade que ele causava. E foi isso que ela fez. O olhou imensamente, como se fosse a primeira vez, o guardou em algum lugar dentro dela, em um cantinho a sete chaves o que tanto agradava a seus ouvidos e a seus olhos. Aquela voz mansa, seu carinho no olhar, um amor sem perguntas, suas mãos a tocá-la. Pequenos detalhes, carícias que ela quis guardar para sempre, para nunca se perderem, assim como tudo que se formava da boca aos olhos dele, e que até hoje a faz sonhar!

Para ti...

"Que me desperte com um beijo, abra a janela para o sol ou a penumbra.
Tanto faz, e sem dizer nada me diga o tempo inteiro alguma coisa (...)
...quero adoçar tua vida"

Caio Fernando Abreu

sábado, 12 de junho de 2010

Mistérios de amar

Antes fossem só esses os mistérios do amor
Um querer tão forte e inexplicável
Que chega sem aviso prévio
 De súbito nos deixa sem resistência
Sem anti corpos para combater
...
Uma vontade que chega ao ponto de se materializar em presença
Mesmo se fazendo ausente
Que usa e abusa de todos os sentidos
Que nos amputa na sua incompletude
Que nos deixa com a clara sensação de nos faltar um pedaço
Nessa ausência tão sentida.
...
Perigosa travessia essa a que me submeto
A dos meus pensamentos e do meu querer você
Um remanso que se vê de repente agitado por maremotos
Convencida apenas que mesmo sem nenhuma explicação
Mergulho nas entranhas dessa busca da minha outra metade
À revelia dessa força estranha
E desses mistérios
Perdida... mas inteira!
...
Contudo, mesmo sem respostas
Deslizo
Quero
Te trago pra mim
Te percebo juntinho
Vão dizer que deliro...
Não me importo!
 Só sei que
Quero todos esses mistérios para mim
Aqui e agora!

sexta-feira, 11 de junho de 2010

Um presente!

“Tenho um amor com gosto de chuva , raios e urgências.
Tenho um amor que me veio pronto, assim, água que caiu de repente,
nuvem que não passa.
Me escorrem desejos pelo rosto, pelo corpo.
Um amor susto.
Um amor raio trovão fazendo barulho.
Me bagunça e chove em mim todos os dias.”

Caio Fernando Abreu

O resto das coisas, te falo baixinho... 
Esperar você voltar para me sentir completa

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Essencial é ser Romântico!

"Românticos são poucos
Românticos são loucos
Desvairados
Que querem ser o outro
Que pensam que o outro
É o paraíso...
Românticos são lindos
Românticos são limpos
E pirados
Que choram com baladas
Que amam sem vergonha
E sem juízo...

São tipos populares
Que vivem pelos bares
E mesmo certos
Vão pedir perdão
Que passam a noite em claro
Conhecem o gosto raro
De amar sem medo
De outra desilusão...

Romântico
É uma espécie em extinção!

Românticos são poucos Como eu! Como eu!"
Vander Lee

Nesta semana enamorada, todo romantismo possivel
Sem medo de ser feliz!!!!

Fantasias

Coisas ditas aos sopros, cantadas
Que soam feito sinfonia para os ouvidos
Sob a base de incontáveis motivos
Emanações do corpo e da sombra
Que olhamos de frente
Para nos ver sem medo
Algo semelhante à relação diante do espelho
O querer ver nosso reflexo inverso, um eco de nós mesmas
Resgatando a imagem do que gostariamos
E nos fazendo fiel ao objeto refletido
Delinear a nossa realidade
Mesmo que essa imagem reflita uma distorção da prudência
Acuando a lógica, algemando a razão.
Porém, que transmita uma trégua
E que me permita usar essa armadilha como forma de viver
Imagem e semelhança de mim mesma
Deslumbrada com os risco de sonhar!

Enigmas

Mistério...
É prudente apenas sentir e não explicar
Mesmo que seja no impulso ávido de um breve momento
Vai persistir... mesmo que esvazie a mente!
A todo instante retorna
Vem mansinho... frágil
Porém, em forma de um sentir forte
Capaz de romper os limites imaginários
Invadir labirintos e ignorando todas as saídas
Envolver-se nesse enigmático caminho.
Mistério que silencia e que vem sempre na contramão da realidade
Com uma capacidade de resgate tão peculiar, que só nos resta
Querer esse querer transbordante
Ganhar/perder
E nesse percurso eloquente,
Onde envolve corpo, mente, tempo, vida e todos o sentidos 
Me deixo turvar nas águas enigmáticas desse mistério
Buscando apenas e simplismente
 atravessar a ponte!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

No silêncio

" Há momentos na vida em que sentimos tanto a falta de alguém
que o que mais queremos
é tirar esta pessoa de nossos sonhos e abraçá-la. "

Clarice Lispector

É... tem momentos que nos basta fechar os olhos!
E tudo se materializa, como se toda distância ultrapassasse a barreira do silêncio. Artifícios de um querer! 

terça-feira, 8 de junho de 2010

Sempre!

“Amo-te tanto, meu amor... não cante

O humano coração com mais verdade...

Amo-te como amigo e como amante

Numa sempre diversa realidade.

Amo-te afim, de um calmo amor prestante

E te amo além, presente na saudade.

Amo-te, enfim, com grande liberdade

Dentro da eternidade e a cada instante.

Amo-te como um bicho, simplesmente

De um amor sem mistério e sem virtude

Com um desejo maciço e permanente

E de te amar assim, muito e amiúde

É que um dia em teu corpo de repente

Hei de morrer de amar mais do que pude.”



Meu eterno poeta, Vinicius de Moraes

segunda-feira, 7 de junho de 2010

Desvios

Foto: Naisane Naiara

Sem margem, sem medidas, sem marcações
Desprovida de obrigações
Eu mesma!
A troco de nada
Livre, leve, desperta
Assim como uma poesia
Isso mesmo...
Poesia não é outra coisa senão poesia
Porque teria que que vir acompanhada
de um meio ou um fim?
Apenas eterna
Terei o prazer que preciso
Sem destinação
Assim, como sou
Breve quanto sagaz
Apenas um Ser
Dona do meu tempo!

Prazer puro

Eu não acredito em AMOR que não me arrepie a alma
Que não desperte os meus sentidos de uma forma singular
Que não me dê um sentido em viver
Que não me reinvente constantemente
Que não seja imensidão
Perfume que me penetre a pele
Um avesso da tristeza
Pensamentos nuvens em voos constantes
Em imprevisíveis roteiros...
Acredito em AMOR, como um sentir
Que pode muitas vezes, nos parecer incoerente
Porém, é coeso na procura,
No despertar para a vida
E em somas que possam convergir em crescimentos e  parcerias.
Amor necessário, presente, revestido em plumas
Só para que eu possa a cada momento
Te ter com a leveza de minha alma
E me transbordar de você sempre!
Afinal, felicidade não dói...

EU TE AMO!!!

Eu te amo
Antes e depois de todos os acontecimentos
Na profunda imensidade do vazio
E a cada lágrima dos meus pensamentos.

Eu te amo
Em todos os ventos que cantam,
Em todas as sombras que choram,
Na extensão infinita do tempo
Até a região onde os silêncios moram.

Eu te amo
Em todas as transformações da vida,
Em todos os caminhos do medo,
Na angústia da vontade perdida
E na dor que se veste em segredo.

Eu te amo
Em tudo que estás presente,
No olhar dos astros que te alcançam
Em tudo que ainda estás ausente.

Eu te amo
Desde a criação das águas,
desde a idéia do fogo
E antes do primeiro riso e da primeira mágoa.

Eu te amo perdidamente
Desde a grande nebulosa
Até depois que o universo cair sobre mim
Suavemente.

Adalgiza Nery

domingo, 6 de junho de 2010

Ingenuidade


Um gomo

De lembrança

Em troca

De um bagaço

De alma

ADRIENNE KÁTIA SAVAZONI MORELATO


Bom Domingo a todos!!!

sábado, 5 de junho de 2010

Eu quero muito...

Que nossos momentos durem breves eternidades
Que sejam intensos, marcantes
Que colem em nossas almas
Que durem para todo o sempre os poucos segundos
Que independa de relógios a cronometrar
Que nada tentemos explicar
Que só possamos perceber
O toque, a vontade, o cheiro
Que sejamos eternos cúmplices desse querer
Como se apenas fossemos naúfragos
Desse tempo
O tempo que podemos ter!
Que assim seja!

Triangulo Isósceles

Corpos entrelaçados
Bem acordados
Não era ilusão.
obra de um grande artista
surrealista
Em tri dimensão.
Um triângulo isósceles
Feito de carne crua
Um triângulo de amor
Com gente e lua.
Corpos envenenados
Aquecidos por aquele vinho.
línguas feito serpentes
Se enroscando
num mesmo ninho.
Um triângulo isósceles
Feito de carne crua
Um triângulo de amor
Com gente e lua.


Ana Cristina de Moraes

quinta-feira, 3 de junho de 2010

Navegar é preciso


Aqui não faço poesias
Apenas me permito ousar explicar o inexplicável!
É só a forma que possuo para cultivar a sedução de um querer
Espaço onde fragmento
Ao ritmo velado de ternura
Os meus mais inquietantes desejos.
E na minha relação incerta com as palavras
Me deixo flutuar!
Estabeleço aqui meu querer
Ansiar por uma chuva que chegue mansinha 
E faça o mar do céu de palavras se desmanchar aqui
Sugerindo a coesão de meus pensamentos.
E em palavras sopradas feito brisa suave eu possa juntá-las
Fazendo com que eu continue a sussurar sinfonias
Sugerindo pedir a Deus pra sempre poder
te recitar um poema
Só pra ver você dormir...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Escolho a ousadia

Há um que de transgressão em uma espera!
...
Dispensada a aparência serena
A alma em ebulição
Contorna em linhas secretas
As tramas dos pensamentos mais inquietos.
Criando contornos surpreendentes
Um fingir de calmaria aparente com pitadas secretas de pensamentos ousados
Opto por esse transgredir
misto de paraíso e delírio na minha mais intensa rebeldia
E nesse navegar disfarçado
Me resta domar o ritmo desses pensamentos
Apenas para que eu possa saborear o correr das águas
E que nada ao redor se aperceba
desses pensamentos tão inquietos e insanos...

terça-feira, 1 de junho de 2010

Dia branco

Se você vier
Pro que der e vier
Comigo...
Eu lhe prometo o sol
Se hoje o sol sair
Ou a chuva...
Se a chuva cair
Se você vier
Até onde agente chegar
Numa praça
Na beira do mar
Num pedaço de qualquer lugar...
Nesse dia branco
Se branco ele for
Esse canto
Esse tão grande amor
Grande amor
Se você quiser e vier
Pro que der e vier
Comigo
Comigo, comigo

Geraldo Azevedo/Renato Rocha

Nudez

Estávamos nus um frente ao outro. Não nos sentíamos tímidos ou envergonhados. Estivemos assim, despidos, desde a primeira vez. Aonde nenhuma palavra poderia ser duvidosa, nenhum gesto incerto. Nós possuímos uma verdade absoluta: não queríamos mais nada além de uma possibilidade. De uma chance que nos trouxesse a vida novamente. É bom estar nu na frente de quem se ama, nenhuma máscara finge a feição da face, nenhum pano esconde o que o outro já conhece a dedos e bocas. O corpo tenta esconder a alma, mas a alma também está nua, e dançando, na retina dos olhos.

(Cáh Morandi)

Intervalo

Amor... poucas luas e te terei por inteiro... a um toque de minhas mãos!
Não mais em sonho por tras de uma película invisivel de um querer
Não mais com intervalo de tempo determinando regras
Não mais pensamentos concebidos no mais eterno ímpeto
Espero-te em beijos, simples beijos
Roubando-te dos sonhos que nos restam
anulando todo esse espaço vago e inerte entre as coisas que nos separam
E por fim, estando ao meu alcance...
Dissolver todo o amargo que a distancia impõe
E para que tudo se demore
Em eternos e doces momentos...
Desde já... pressinto-te!