terça-feira, 11 de maio de 2010

Rito I

E, neste rito,
descubro o justo irreal
do teu corpo.
Nem sei se da pele,
por onde deslizo os dedos,
como faria ao dorso da correnteza.
Talves da curva suave
em comissura da boca.
Prossigo buscando,
mas nunca me permitas
fazê-lo real.
Melhor buscar-te
enquanto não existes.

Luiz Augusto Crispim
(1945-2008)
In: Poemas da estação

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